quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Crise e Crime

Na rua escura, do bairro perigoso e pouco movimentado, ele vinha andando a caça de uma vítima. Observou o vulto que se aproximava lentamente, beirando os muros sujos. A abordagem foi rápida:

- Perdeu, passa tudo!

- Como assim?

- Ora, como assim? Estou te assaltando, otário.

- Está cometendo um erro.

- Erro? Quer morrer, idiota?

- Eu sou o estuprador do bairro. Estou aqui trabalhando também.

- Ah, puts. Ta ruim o movimento, né?

- Muito. A mídia estragou o negócio.

- Pois é. Roubava relógios, carteiras. Agora to sem grana pra nada. Não como a dois dias.

- E eu que como as vítimas, tá foda.

- Bom, tem um trocado aí?

- Desculpa, não. Tá afim de transar?

- Foi mal, não curto. Respeito, mas não curto.

- Ok, então, passar bem.

- Igualmente.

E saíram, em direções opostas, mas com o mesmo pensamento: bons tempos quando o bairro perigoso ainda não era tão perigoso.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Fodeu...


Um avião fez um pouso no rio Hudson, em NY. A imagem de um avião pousado em um rio merece todo o destaque, realmente é algo bastante curioso e, obviamente, a habilidade do piloto deve ser reconhecida. Porém, o heroísmo que o sr Chesley Sullenberger ganhou pela façanha me preocupa e muito. Quem já andou de avião sabe: antes de começarmos a assistir filmes dignos do acervo da Sessão da Tarde em um voo, somos obrigados a assistir os procedimentos de segurança e, os comissários fazem a versão aérea de macarena mostrando como pegamos os coletes e etc para o caso de um pouso na água. O problema, é que eles falam com a maior calma do mundo, dando a entender que um pouso na água é algo absolutamente fácil e normal. Eu sempre achei que um avião pode pousar na água com a mesma facilidade que pousa numa pista (a não ser em Congonhas, que deve ser mais dificíl do que pousar numa poça). Os comissários nunca dizem: em caso de pouso em um vulcão em erupção, ou no caso de pouso em uma floresta, ou ainda, no caso de pouso no Complexo do Alemão. Esse acidente e o herói que foi criado por ele, mostra que pousar na água não é nada fácil, muito pelo contrário, é quase impossível, beirando um milagre. Por isso, da próxima vez que eu andar de avião, eu espero duas coisas: que não seja da Gol e que antes de decolar a aeromoça diga: em caso de pouso na água, Chesley Sullenberger está aqui.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A nossa desconfiança causa filas.

O Brasil é um país que as pessoas são tão desconfiadas que, se você é destro, e esbarra com a sua mão esquerda no bolso, já sai correndo gritando: "pega ladrão!". Só aqui, uma vagina pode virar um cativeiro para um telefone, que ao entrar em uma prisão, vira uma arma e, ao ter alguém com o coração mais frágil como vítma, pode se tornar letal. Temos uma miscelânea tão grande de golpes, que não podemos confiar nem em uma escoteira de 10 anos tentando te vender um biscoito. Acharíamos logo que era um golpe que lemos na internet sobre mulheres com variaçnao hormonal que se passam por crianças para lhe envenenar com biscoitos e depois vender os seus orgãos, que servirá de alimento para uma espécie de cachorro mutante que assustará carteiros enquanto um comparsa rouba a sua correspondência, clonando todos os seus cartões. E por aí vai. Em um caixa automático de banco, isso se torna mais gritante. Veja como aquelas filas gigantes nessas máquinas nem sempre é causada por uma senhora que, sem culpa, tem que ir do tricô para a informática. Toda vez que terminamos uma transação bancaria e vemos na tela coisas do tipo: "retire o dinheiro", ficamos apavorados. Graças a variedade de golpes que temos que nos previnir, ficamos teclando cancela até a tela voltar para a inicial e isso sempre demora. Muitos segundos são perdidos por essa ação inútil que só serve para agravar as filas. Imploro aos bancos que tomem alguma providência. Poderia aparecer, juntamente enquanto o dinheiro saí do caixa, algo como: "pode ir, não tem como dar merda `a partir de agora. Relaxa" Isso nos pouparia bastante tempo. Se bem que eu ficaria meio desconfiado de uma frase desse tipo em um caixa eletrônico.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Agora eu acredito.

Eu nunca vi um trevo de quatro folhas. Eu nunca vi um duende. Eu nunca vi um ovini.
Mas outro dia estava em um bar e, na mesma mesa, havia uma pessoa que sabia cantar duas músicas do Otto, outra que sabia cantar uma música da Preta Gil e outra que sabia cantar uma música da Mart´nalia. Agora, eu acredito.

Dúvida cruel.

Por que a mesma pessoa que te dá um esporro injusto na frente de todo mundo, te chama em particular para pedir desculpas?

O que os relacionamentos humanos tem em comum com o sequestro.

Existe um ponto em comum entre algumas relações humanas e o sequestro. Na verdade, tem vezes que uma relação causa um sequestro, mas o ponto que eu quero abordar não é a fusão e sim algo paralelo. No campo profissional, por exemplo, você pode ter um chefe escroto, que só te sacaneia e oprime, porém, quando ele faz algo minimamente humano, como dar um bom dia, ou rir de uma piada sua, esse ato parece cobrir tudas as mazelas que ele te faz passar. Ou seja, Síndrome de Estocolmo. Esse é o nome que se dá quando o sequestrado se apega ao sequestrador, pois mesmo ele lhe tomando de sua próprima vida, é o cara que te traz a comida todos os dias e que te mantém vivo. Estocolmo é a capital da Suécia e eu duvido que haja sequestro por lá, por isso, não faço idéia do por que desse nome. Mas isso também ocorre nos relacionamentos amorosos. A pessoa pode te tratar mal, te esculhambar e etc, mas basta um afago que tudo aquilo fica pra trás e você pode até se sentir culpado por ter pensado mal dessa pessoa. Por isso, tome cuidado com essa síndrome. Escrotos, são escrotos, não se deixe enganar. Quer um conselho? Vá a Suécia. Lá em Estocolmo, se alguém não for legal com você, fica muito mais fácil relevar por se tratar de uma loira(o) de 2m de altura.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Estamos condenados a lidar com o Brasil


Quem nasce na Holanda é holandês, quem nasce na Itália é italiano, quem nasce no Chile é chileno, quem nasce na Somália, bem, que nasce lá não costuma durar mais de meia hora, então, não vem ao caso agora. A questão é, o português nos condenou a lidar com o Brasil. E não digo os portugueses das caravelas, os que usam bigodes e sim, a língua. Veja bem: quem nasce no Brasil é brasileiro, da mesma maneira que quem trabalha no açougue é açougueiro. Esse sufixo que denomina nosso povo, nos condena a lidar com o Brasil. Nós poderiamos ser brasilineses, ou brasilianos, ou sei lá. Mas brasileiros? Ao nascer neste país, já ganhamos uma profissão então, isso talvez isso poderia resolver o problema do desemprego. Podemos também incrementar o nosso curriculum, pois você pode dizer: "sou enfermeiro e brasileiro". Achei que não existiria nenhuma profissão no país que empregasse mais do que ser funcionário público, mas todos os brasileiros são brasileiros. O salário não é lá essas coisas, mas o trabalho também é bem fácil, ou parece ser, já que os péssimos brasileiros nunca são demitidos por serem péssimos brasileiros, e sim por motivos ligados às suas segundas profissões. Então, se acostume: você pode ir naquelas aulas de recolocação profissional, mas nunca abandonará essa profissão que lhe condenou na exata hora do seu nascimento: a de brasileiro.
A não ser que a próxima reforma ortográfica corrija esse erro absurdo. Mas qual presidente gostaria de ser responsável por acabar com um dos empregos de toda a população?

E prova de que ele não é o melhor do mundo


Na temporada passada, o Cristiano Ronaldo fez mais gols do que a Volks. Graças a isso, ele pode comprar uma Ferrari e, graças a isso, podemos ver que quando a coisa fica séria, ele não sabe o que faz. Esse "gajo" sempre faz de tudo contra times ridículos, mas quando o caldo engorssa, pipoca. Imagino que no tal acidente, o rapaz deve ter ignorado as instruções do manual (aliás, um carro todo automático precisa vir com manual?). Na hora de ver a velocidade, deve ter confundido o velocímetro com o seu relógio gigante cravado de cristais. Na hora de pisar nos pedais, deve sempre passar com a perna sobre eles, dando pedaladas e passos em falso antes. Deve ter também perdido muito tempo olhando o retrovisor, mas para ver sua própria imagem refletida. Conclusão: o cara que se gaba por escapar de tantos carrinhos, viu que quando encara um carrão, não sabe brincar. Não sei também pra quem torço na eleição da Fifa de melhor jogador do mundo. O C. Ronaldo, é uma farsa, o Kaká é um alimentador de seitas malígnas e o Messi é argentino. Mas temos um brasileiro bom de bola e macho o suficiente para nos encher de orgulho nessa coroação do individualismo no futebol. E esse cara é a Marta.
Voltando ao protagonista do post, a conclusão é: não adianta um cavalo na frente, se tem um burro logo atrás.

O primeiro a gente nunca esquece. Mas ninguém lê.


Resolvi fazer um blog. Acho que isso está meio fora de moda, mas eu estou sempre um passo atrás (minha tv ainda é de tubo)

Acho que um bom motivo pra escrever, é porque sempre é difícil arrumar tempo pra falar com as pessoas hoje em dia. Sempre falta tempo, sempre passa uma gostosa que muda o foco da conversa, sempre alguém fala que você já bebeu demais e por aí vai.

Aqui, acho que você (eu sei que no momento não esxiste nenhum “você” por aqui) vai encontrar todas as conversas que eu ensaio todos os dias sozinho. Algumas opiniões e talvez algumas histórias que eu vivi e outras que eu não vivi, mas acho que seriam legais se realmente tivessem acontecido.

Vai encontrar também muitos erros de português e não só aqueles causados por essa tal reforma ortográfica. Veja bem: eu sou redator publicitário e, no meu trabalho, existe uma revisora bastante competente no ofício de esconder minha incompetência com as palavras. Aqui, infelizmente, não poderei contar com isso. Então, para todos os efeitos, eu não sou tão burro e sim, mais ou menos dislexo.

Ah, e sobre o nome do blog, eu queria ter uma explicação boa, mas vou apenas dizer a real: tudo o que eu tentei alguém já tinha feito.
Bem-vindo