- Perdeu, passa tudo!
- Como assim?
- Ora, como assim? Estou te assaltando, otário.
- Está cometendo um erro.
- Erro? Quer morrer, idiota?
- Eu sou o estuprador do bairro. Estou aqui trabalhando também.
- Ah, puts. Ta ruim o movimento, né?
- Muito. A mídia estragou o negócio.
- Pois é. Roubava relógios, carteiras. Agora to sem grana pra nada. Não como a dois dias.
- E eu que como as vítimas, tá foda.
- Bom, tem um trocado aí?
- Desculpa, não. Tá afim de transar?
- Foi mal, não curto. Respeito, mas não curto.
- Ok, então, passar bem.
- Igualmente.
E saíram, em direções opostas, mas com o mesmo pensamento: bons tempos quando o bairro perigoso ainda não era tão perigoso.
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