quarta-feira, 11 de março de 2009

Maurício de Souza abre fogo contra seus pés.



Acho que todo mundo, assim como esse que vos escreve, foi um leitor assíduo das revistinhas da Turma da Mônica. Eu lembro que esperava ansiosamente pelo dia que o Almanacão de Férias chegava nas bancas. Na infância, as tirinhas eram divertidas e engraçadas para a molecada e depois de alguns anos, elas ainda nos prendem. Funcionam como uma espécie de leitura spa, nos trazem momentos nostálgicos e também nos revelam, em algumas tiras, sacadas que éramos muito garotos para perceber naquele tempo. A revista foi perdendo a sua força com o passar do tempo e, para resolver isso, ao invés de investir em bons contadores de histórias, o sr Maurício de Souza resolve fazer uma versão teen da revista e em formato de mangá (!?). Os personagens clássicos perderam suas caracterísitcas. Mônica e Cebolinha, que agora se chama Cebola, são amigos e até "ficam", Cascão já toma banho de vez em quando e a Magali não é mais comilona. Aliás, tanto a Mônica quanto a Magali se tornaram jovens de belas formas. O Cebola, não fala mais "elado" também. Só falta o Chico Bento ser um mestre da Bovespa. A intenção do M de Souza era aproximar a revista dos adolescentes e aí ele consegue dar um tiro no pé. Talvez o pessimista Nimbus pudesse ter dado um toque para ele. O mundo já está farto de porcarias do tipo. Os adolescentes tem Malhação, que assim como essa revista nova, tem muito beijo, papos sobre drogas e sexo e, mesmo assim, consegue ser mais infantil do que os Teletubies. Fora as séries importadas e as revistas Capricho, que também já dominam a luta pela queima de jovens neurônios. Maurício de Souza diz que criou a revista para educar esses jovens, ajudar. Quem é ou já foi jovem, sabe que nada é mais ridículo do que uma pessoa de mais idade tentando "falar a mesma língua". A notícia do beijo entre Mônica e Cebolinha ganhou destaque na mídia, dividindo espaço com o fim do noivado de Dado e Luana, o novo afair de Suzana Vieira, as cenas quentes de Paris Hilton e por aí vai. Nunca imaginei que esses personagens ilustrados iriam acabar dividindo manchetes com esses nada ilustrados. Eu tenho certeza que um adulto, em uma sala de dentista, adoraria pegar uma revistinha do Cascão, mas uma criança que agora tem em mãos essa nova versão da Turma, logo vai perceber que na CARAS, tem coisa muito mais legal. Esse será então o serviço do nosso educador a essa geração de jovens. Mais um tiro no pé.

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